Os recursos naturais e a utilização que deles fazemos

A biosfera é um subsistema terrestre que inclui toda a vida na Terra, o ambiente onde essa vida se desenrola, bem como as relações que se estabelecem entre todos estes elementos. Partindo desta definição facilmente se compreende a grande diversidade de seres vivos e habitats que compõem o nosso planeta.

Desde tempos imemoriais que o Homem recorre àquilo que a natureza lhe oferece. Primeiro era nómada e recolector, ou seja, a sua subsistência assentava na recolha de frutos e de raízes, bem como de outros bens. Quando estes escasseavam era necessário procurar outro local onde pudessem ser encontrados. Em seguida o Homem descobriu que lançando as sementes à terra, se poderia provocar o nascimento de plantas. A partir daqui começou-se a selecionar as melhores plantas para a alimentação e a desenvolver-se a pouco e pouco as técnicas de cultivo.

Até aos anos cinquenta do século XX praticou-se uma agricultura tradicional, de tipo familiar, que se baseava na exploração de pequenas áreas em regime de policultura, com a utilização de técnicas como a rotação de culturas, aplicação de adubos orgânicos, o pousio, a associação de espécies com diferentes necessidades em elementos minerais e a rega manual, em que na maioria dos casos de recorre à água dos rios ou de poços. Note-se também que todo o trabalho é realizado pelo lavrador com a ajuda de animais. Este tipo de agricultura não provoca poluição nem da água nem do solo, uma vez que não são utilizados produtos químicos, o que permite manter a fertilidade deste. Podemos ainda acrescentar o facto de haver preservação dos recursos hídricos bem como um controlo mais natural das pragas.

A partir da segunda metade do século XX com o surto demográfico continuado, a agricultura tradicional deixou de conseguir dar uma resposta suficiente e eficaz às necessidades alimentares crescentes. Por esta razão, e aproveitando os avanços cientifico-tecnológicos, começou a investir-se numa agricultura industrializada. Esta vem satisfazer as novas exigências de consumo na medida em que assenta na exploração de grandes áreas, em regime de monocultura. Utilizam-se adubos sintéticos (na maioria das vezes em quantidades excessivas) e pesticidas para um combate mais rápido e eficaz das pragas. Tanto num caso como no outro verifica-se a poluição do solo e da água. Para além disto, aplica-se uma irrigação automática e intensa, o que contribui para o esgotamento dos recursos hídricos, já para não falar que todo o processo agrícola é executado por máquinas, o que gera desemprego e a utilização em larga escala de combustíveis fósseis. A agricultura industrial soma ainda outros inconvenientes tais como: a desflorestação, a erosão dos solos e ainda a perda gradual da biodiversidade, o que torna as plantas mais vulneráveis ao aparecimento de doenças e ataque de pragas.

Fontes:

BALDAIA, Ludovina; SILVA, Amparo Dias da; FÉLIX, José Mário;  MESQUITA, Almira Fernandes; SANTOS, Maria Ermelinda, Terra Universo da Vida 12, Porto Editora,2011

OSÓRIO, Lígia Silva, Preparar os Testes Biologia 12, Areal Editores, 2010